As adaptações curriculares constituem as possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos e tem como objetivo subsidiar a ação dos professores. Constituem num conjunto de modificações que se realizam nos objetivos, conteúdos, critérios, procedimentos de avaliações, atividades e metodologias para atender as diferenças individuais dos alunos. Essas adaptações visam promover o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, tendo como referência a elaboração do projeto pedagógico e a implementação de práticas inclusivas no sistema escolar e essas adaptações pressupõem que se realize quando necessário, para torná-lo apropriado às peculiaridades dos alunos com necessidades especiais. Nessas circunstâncias, as adaptações curriculares implicam a planificação pedagógica e a ações docentes fundamentadas em critérios que definem:
· Como e quando aprender;
· que o aluno deve aprender;
· que formas de organização do ensino são mais eficientes para o processo de aprendizagem;
· como e quando avaliar o aluno.
As adaptações relativas aos objetivos e conteúdos dizem respeito:
· Priorização de áreas ou unidades de conteúdos que garantam funcionalidade e que sejam essenciais e instrumentais para as aprendizagens posteriores. Ex. habilidades de leitura e escrita, cálculos etc.
· Priorização de objetivos que enfatizam as capacidades e habilidades básicas de atenção, participação e adaptabilidade do aluno. Ex. desenvolvimento de habilidades sociais, de trabalho em equipe, de persistência na tarefa etc.
· À sequenciação pormenorizada de conteúdos que requeiram processos gradativos de menor à maior complexidade da tarefas, atendendo à seqüência de passos, à ordenação da aprendizagem etc.
· Ao reforço da aprendizagem e à retomada de determinados conteúdos para garantir o seu domínio e a sua consolidação;
. À eliminação de conteúdos menos relevantes, secundários para dar enfoque mais intensivo e essencial no currículo.
As adaptações avaliativas dizem respeito:
· À seleção de técnicas e instrumentos utilizados para avaliar o aluno, modificando-os de modo a considerar, na consecução, a capacidade do aluno em relação ao proposto para os demais colegas;
· Não abandonar os objetivos definidos para o grupo, mas acrescentar aqueles objetivos complementares curriculares especificos que minimizam as dificuldades concernentes à deficiência do aluno.
As adaptações nos procedimentos didáticos e nas atividades de ensino-aprendizagem referem-se ao como ensinar os componentes curriculares. Dizem respeito a:
· Situar os alunos nos grupos com os quais possa trabalhar melhor;
· Propiciar o apoio físico, visual, verbal e gestual ao aluno impedido, temporária ou permanentemente, de modo a facilitar as atividades escolares e o processo avaliativo. O apoio pode ser oferecido pelo professor regente, pelo professor de sala de recursos, pelo professor itinerante ou pelos próprios colegas.
Algumas características curriculares facilitam o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, dentre elas:
· Atinjam o mesmo grau de abstração ou de conhecimento, num tempo determinado;
· Desenvolvidas pelos demais colegas, embora não o façam com a mesma intensidade, nem necessariamente de igual modo ou com a mesma ação e grau de abstração.
As adaptações curriculares não devem ser entendidas como exclusivamente individuais ou uma decisão que envolve apenas o professor e o aluno, pois realizam-se em três níveis:
· No âmbito do projeto pedagógico (currículo escolar);
· No currículo desenvolvido na sala de aula;
· No nível individual.
Para que os alunos com necessidades educacionais especiais possam participar integralmente em um ambiente rico de oportunidades educacionais com resultados favoráveis, alguns aspectos precisam ser considerados, destacando-se entre eles:
· A preparação e dedicação da equipe educacional e dos professores;
· O apoio adequado e recursos especializados, quando forem necessários;
· As adaptações curriculares e de acesso ao currículo.