Vivemos um período muito interessante na história da humanidade. Nunca antes tanta informação e tanta comunicação chegaram aos nossos lares, nossas escolas e aos nossos locais de trabalho e lazer. Os atuais meios de comunicação e informação como TV, internet, revistas, jornais e vídeos prendem a atenção de grandes e pequenos.
Em princípio isto é bom – o horizonte de conhecimentos é ampliado e está ao alcance de cada vez mais pessoas. No entanto, é preciso ver este boom de informações com muito cuidado, pois esses meios de comunicação e informação podem gerar graves problemas no desenvolvimento integral do ser humano. O perigo que nos ronda, chama-se individualismo. Crianças e adultos buscam e recebem as informações e os divertimentos, que a moderna tecnologia coloca ao alcance de todos, sem que para isso precisem envolver-se com os outros. A agitada vida profissional de nossa época faz com que no fim do dia todos estejam tão cansados que somente querem relaxar.
O diálogo em família corre o risco de desaparecer, porque aquilo que os meios de comunicação oferecem parece mais interessante e não obriga ninguém a tomar posição.
Num passado já mais distante, havia espaço e tempo no seio da família para compartilhar as experiências e as vivências do dia-a-dia. Havia disposição para ouvir, falar e para compartilhar. Em muitas famílias, após o jantar, todos se agrupavam ao redor do avô ou da avó, do pai ou da mãe, para ouvi-los falar sobre a história da família – e muitos tinham em seu meio um contador de estórias e histórias. Nessas horas um estava perto do outro, sentia o outro, afeto e carinho floresciam.
Os modernos meios de comunicação sabem contar e apresentar as velhas histórias, acompanhadas de som e imagem, de uma maneira tão bonita e fascinante, que os velhos contadores de histórias não se arriscam mais a abrir a boca. A história vem tão completa que não se precisa pedir alguma informação a mais, nem mesmo é necessário usar a imaginação.
Aqui somos confrontados com outro grave problema: a capacidade imaginativa diminui. A história apresentada na TV ou em vídeo vem tão completa que não é necessário criar imagens e usar a fantasia para entendê-la. Além disso, nesses programas o diálogo com o interlocutor é reduzido à zero. Ao espectador e ouvinte cabe olhar e escutar em silêncio – e ai se alguém ousa falar ou fazer uma pergunta...
No entender de Caruso (2003), atualmente, há opções de lazer como a televisão e o videogame. Muitas crianças estão sobrecarregadas de atividades como natação, ginástica, inglês, piano, além das obrigações da escola, da lição de casa. O tempo que elas teriam, talvez, para ler um livro está diminuindo. Infelizmente, esse é um comportamento que está ocorrendo não só com as crianças, mas com os adultos também. E, até por um aspecto cultural do Brasil, falta incentivo, o brasileiro não tem a cultura da leitura.
Diante desta realidade cabe perguntar: o que nós pais e educadores estamos fazendo para resgatar o gosto pelo imaginário nas crianças? O que estamos fazendo para ajudar nossas crianças a expressarem seus pensamentos e sentimentos e gostarem de conviver com os colegas e os membros da família? O que estamos fazendo para evitar que as crianças se tornem pessoas “ensimesmadas”, isto é, estejam centradas, quase que exclusivamente, em suas próprias questões?
A dura realidade de nossa época mostra que, dia após dia, aumenta o número de crianças que vêem os pais cada vez menos e passam a maior parte do tempo sozinhas. Razões econômicas e sociais forçam esta realidade.
Por isso, é de suma importância que pais e professores batalhem pelo resgate do lúdico, do gosto pela expressão oral/corporal, do gosto pela leitura, pelo desenvolvimento dos sentidos e sentimentos.
Fonte: Artigo de Mônica Weingartner Otte e Anamaria Kovács- "A Magia de Contar Histórias".
Muito boa sua observação! Obrigado!
ResponderExcluirSou estudante de Letras. Fazendo a leitura do resumo do artigo A MAGIA DE CONTAR HISTÓRIAS de Mônica Weingärtner Otto e Anamaria Kaváes, fiquei triste e pensativa, pois sei que muitas de nossas crianças brasileiras nem sequer ouviu ou leu histórias infantis.Delas tem sido tirado o direito de serem crianças em sua essência. Se o governo realmente estivesse pensando na melhoria da Educação Brasileira deveria distribuir livros com histórias Infantis interessantes para crianças de família de baixa renda. É investindo nas crianças que o Brasil conseguirá chegar um dia no patamar dos países de Primeiro Mundo.
ResponderExcluirConcordo plenamente contigo,mas também já percebi que não temos mais tempo de esperar que o Governo Federal entenda a Educação como nós educadores, em nossa prática diária, entendemos. Leitura é fundamental e a escola dispõe de todos os ingredientes necessários para estimular em nossas crianças o gosto e o prazer de ler. Trabalho em 2 escolas, onde priorizamos o trabalho de Projetos referentes a leitura para uma clientela de baixo poder aquisitivo e temos obtido resultados muito bons. Acredito muito no trabalho em equipe e na importância de proporcionar ambiente e recursos para que os educadores desenvolvam seu trabalho de forma criativa e motivadora. Obrigada pelo comentário e confie nas inúmeras possibilidades que estão ao nosso alcance e que nos permitem fazer a diferença na vida de nossas crianças. Um maravilhoso 2012! Abraços.
ResponderExcluir