domingo, 10 de julho de 2011

A CRIANÇA AUTISTA NA ESCOLA


Receber uma criança autista na escola ainda encontra pela frente profissionais despreparados e, em muitos casos, resistentes.
A escola tem importante papel na investigação diagnóstica, pois é o primeiro lugar de interação social da criança, separada de seus familiares e é onde a criança vai ter maior dificuldade em se adaptar às regras sociais, tarefa muito difícil para o autista.

Características comportamentais

Distúrbios do relacionamento: Falta do desenvolvimento de uma relação interpessoal e de contato visual. Tanto o relacionamento com pessoas quanto com objetos inanimados estão alterados.Ausência de sorriso social, desinteresse em  participar de jogos e brincadeiras, preferência por permanecer só, etc.
Distúrbios da fala e linguagem – comunicação: Caracterizado por enorme atraso, com fixação e paradas ou total mutismo. A ecolalia é comum, sendo associada ao uso inadequado ou reversão do pronome pessoal. Quando a fala comunicativa se desenvolve, ela é atonal, arrítmica, sem inflexão e incapaz de comunicar apropriadamente as emoções. Na verdade, a comunicação como um todo está comprometida: linguagem
oral comunicativa, linguagem receptiva, linguagem gestual e expressão facial.
Distúrbios no ritmo de desenvolvimento: O ritmo mais comum é uma descontinuidade na seqüência normal do desenvolvimento.
Distúrbios da motilidade: São os maneirismos, complexos e ritualísticos: exame dos dedos, borboleta- “flapping”, caminhar na ponta dos pés, jogar-se para frente e para trás, ninar-se, balançar (acompanhado de rolar ou balançar a cabeça no ar ou no chão ou bater a cabeça contra a parede), rolar ou girar objetos.
Distúrbio da percepção: Há falhas na modulação de estímulos com distorções na hierarquia normal, nas preferências dos receptores e uma incapacidade na habilidade de usar estímulos sensoriais para discriminar o que é importante ou não, ou seja, ocorre um erro de seletividade. Há alternância em procurar ou fugir de estímulos. Assim, certos estímulos o apavoram, como o  barulho do liquidificador, ou rasgar papel, enquanto outros sons, que seriam desagradáveis para crianças normais, como o arranhar da unha em um quadro negro ou em uma lixa, são procurados com insistência. Também está relacionado aos distúrbios da percepção, o fato de crianças autistas esfregarem mão e língua nas paredes, terem dificuldades de receber alimentação sólida e de irem de encontro a uma porta ou uma parede.
O desenvolvimento do autista acontece em “ziguezague”, altos e baixos. Ele precisa de acomodação, como já dizia Piaget (para Piaget a aprendizagem e o desenvolvimento são concebidos como processos resultantes da formação contínua de esquemas, que são produzidos pela adaptação-assimilação e acomodação-) dentro da sua aprendizagem; muitas vezes pode levar um tempo maior que as outras crianças, isso acontece principalmente na
adolescência. O período de acomodação pode levar até 3 meses, o que causa a falsa impressão de que o jovem não vai sair daquele estágio.
O plano de ensino tem que ter conteúdo próximo à idade global do autista e o professor tem o poder de mudar o plano, se julgar necessário.
É importante catalogar as atividades dos alunos, fazer um gráfico, caso ocorra 100% da aprendizagem, quer dizer que estava muito fácil, caso ocorra 50%, o plano estava muito difícil. O ideal é que ocorra 80% da aprendizagem.
O nível de desenvolvimento da aprendizagem do Autista
geralmente é lento e gradativo, portanto, caberá ao professor adequar o seu sistema de comunicação a cada aluno. É de responsabilidade do professor a atenção especial e a sensibilização dos alunos para saberem quem são e como se comportam esses alunos autistas.

Sugestão para grupos de estudo:  De tempos em tempos, faço uma pesquisa de cursos,seminários e congressos que abordem temas de interesse dos educadores. No caso específico do Autismo, sugeri um curso oferecido pelo Universo Autista (www.universoautista.com.br), em São José dos Campos(SP). Fomos eu e a professora de 1º. Ano e, ao retornarmos, a colega educadora transmitiu ao grupo o conteúdo valioso que trouxemos. Estudar e manter-se atualizado é um dos caminhos para superar desafios.

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