segunda-feira, 11 de julho de 2011

Encantamento


Hoje vou dar uma pausa no tema da inclusão para falar de crianças que encantam. Vou chamá-lo de Gustavo. Em nosso primeiro contato, eu estava conversando com a professora de sua turma (1º ano) e senti uma mãozinha que tocava no meu braço, o que me fez olhar em sua direção. Ele disse: “Orientadora, a senhora precisa falar com meu colega João. Ele está perturbando a aula.” Desde aquele momento fui encantada pela magia que há no olhar e nas palavras de Gustavo. Fui procurar pelo colega citado por Gustavo e descobri que ele estava com razão: seu colega estava com problemas em casa e não conseguia controlar sua inquietação em sala de aula. Mais tarde, naquele mesmo dia, Gustavo me procurou, indagando: “Desculpe se estou atrapalhando, mas a senhora falou com meu colega?” Sentamos para conversar e eu lhe expliquei que muitas vezes as pessoas não conseguem se desligar de algum problema e onde quer que estejam, o problema está ali, incomodando, o que as torna muito inquietas. Ele me olhou, muito solene, e disse: “Eu entendo. Isto já me aconteceu quando sofri algumas perdas. Obrigada, Orientadora.” Me abraçou e voltou a brincar. Fiquei ali, sentada, olhando para aquela figurinha tão pequena e tão encantadoramente grande, e sorri. Mal sabia eu quantas vezes ainda Gustavo iria me fazer sorrir assim, de puro encantamento. Mas, isto vou contar outro dia.    

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