domingo, 30 de outubro de 2011

É preciso saber perder




Perder e ganhar são atitudes que se aprende. É muito bom ganhar, mas nem sempre isso é possível, pois a vida é feita de vitórias e derrotas. No entanto, algumas crianças apresentam um exagerado sentimento de desgosto e inconformismo quando expostas a resultados negativos, o que pode estar ligado a medos, inseguranças, estresse ou algum problema familiar.
 A escola se constitui em um espaço para a criança aprender a lidar com frustrações - seja por ter perdido um campeonato ou por não ter tirado a nota mais alta da sala -, porque ali ela está entre seus pares. É na fase escolar que acontecem importantes aprendizados para a vida adulta. Dentre eles está a aceitação e compreensão de nossas capacidades e limitações. A principal forma de se trabalhar essa questão na escola é conversando com a criança e dizendo a ela, de forma clara, que as frustrações fazem parte da vida de todos. Colocar limites desde cedo e criar uma rotina com obrigações simples também pode ajudar as crianças a aceitar melhor as negações quando elas ocorrerem.
Crianças que não sabem perder podem apresentar reações como: ficar calada e se isolar da turma; chorar; ficar brava e agressiva; ficar emburrada ou
 culpar o colega pelo seu fracasso. O comportamento da criança que se frustra com algo depende de sua personalidade.
Uma conversa, que deve acontecer no momento em que a frustração ocorrer, como forma de acolher a criança, pode ser a resposta para a angústia gerada.  Todas as atividades realizadas na escola são propícias para que o professor observe o comportamento dos alunos. Caso note que algum deles não se comporta bem quando perde (chora, abandona o jogo, age com agressividade etc.), conversar com ele, ajudando-o a entender que ninguém consegue ganhar sempre e que perder é natural, é sempre recomendado. Quando a criança perde um jogo ou tira uma nota baixa, ela tem que entender porque aquilo aconteceu e  não desistir diante de obstáculos.Veja a seguir, algumas dicas:
Ø  Diga que perder é chato, mas que isso não significa que ela vá perder sempre, e que ela pode pensar em uma estratégia para ganhar da próxima vez.
Ø  Explique que adultos também perdem, mas que, com o tempo, aprendem a lidar com isso.  Podemos, enquanto educadores, contar alguma situação real em que  perdemos ou que as coisas não saíram como imaginávamos.
Ø  Fale que ninguém é perfeito e que todos nós temos facilidades em algumas coisas e dificuldades em outras.
Ø  Ao jogar - um comportamento que atravessa séculos -, a criança descobre que ganhar e perder faz parte da vida e desenvolve estratégias para enfrentar várias situações e os adversários.
Ø  Jogos de tabuleiro revelam peculiaridades da cultura de um povo. Alguns tradicionais, como o Jogo da Glória, surgiram como forma de simbolizar a vida e a morte. Outros demonstravam em sua origem a importância das estratégias de guerra, como o xadrez, e as crenças de um povo, como o mancala.
Levando em conta essas características de comportamento e cultura, quando se transforma em espaço de jogo, a escola possibilita a construção de saberes. O desafio de uma partida proporciona a elaboração e a exploração de questões relacionadas à sociabilidade (que se dá por intermédio de regras) e ao desenvolvimento de estratégias. Detalhes que chamam a atenção para a possibilidade de trabalhar com tabuleiros sem a obrigatoriedade de vincular a atividade às áreas do conhecimento.
Ø   Estimular as crianças a ajudarem umas as outras. Por exemplo, a que tem mais facilidade em Português ajuda a que tem dificuldade nessa disciplina. Por sua vez, essa ajuda algum colega que tenha dificuldade em algo que ela tenha facilidade, e assim por diante.
 O mais importante é que as crianças percebam que todos nós temos facilidades e dificuldades, e que podemos ensinar nossos colegas e também aprender com eles, porque ninguém é bom em tudo e, muito menos, perfeito. E, o que não elaboramos na infância, pode tornar-se motivo de dificuldades maiores a serem enfrentadas na idade adulta.







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